terça-feira, 4 de outubro de 2011

Português

I) QUESTÕES OBJETIVAS


TEXTO 1


QUESTÃO 01 (Descritor: analisar o efeito de sentido conseqüente de uma transgressão intencional ou involuntária aos padrões ortográficos ou morfossintáticos da modalidade escrita)

Assunto: Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido.

Expressões como “pra”, “tá”, “seu Príncipe” não estão de acordo com o padrão da escrita culta formal. Mas no texto isso se justifica pelo fato de:

a) o locutor ser um exemplo típico do brasileiro comum.
b) o brasileiro comum não conhecer as normas gramaticais.
c) o BOL dar a todos, sem distinção, o direito a um e-mail.
d) o e-mail ser, hoje, um gênero que exige a linguagem coloquial.

QUESTÃO 02 (Descritor: reconhecer níveis de registro – formal e informal)

Assunto: Variação lingüística

“Você vai conseguir falar com gente que você nunca falou antes.”

A frase acima, em registro formal, corresponde a:

a) Você vai conseguir falar com gente com quem nunca falou antes.
b) Você vai conseguir falar com pessoas com as quais nunca falou antes.
c) Você vai conseguir falar com pessoas que nunca falou antes.
d) Você vai conseguir falar com gente com que nunca falou antes.


QUESTÃO 03 (Descritor: avaliar a força argumentativa com a finalidade do texto ou em função do interlocutor)

Assunto: Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na compreensão do texto

Você observou que, no texto, o destinatário da mensagem é o Príncipe Charles, da Inglaterra. Esse fato é um poderoso argumento para convencer o leitor de que:

a) todo assinante BOL terá mesmo a chance de trocar e-mails com o próprio Príncipe Charles.
b) as grandes personalidades do mundo utilizam os serviços prestados pelo BOL – BRASIL ON LINE.
c) o dono de um e-mail BOL pode trocar mensagem com pessoas as mais variadas possíveis.
d) o assinante BOL pode tentar os contatos que bem entender, pois não pagará nada por isso.


QUESTÃO 04 (Descritor: relacionar informações oferecidas por figura, foto, gráfico e/ou tabela com as constantes no corpo de um texto)

Assunto: Procedimentos de leitura

A imagem dos dedos segurando a mensagem eletrônica enviada sugere que o BOL oferece todos os benefícios abaixo, EXCETO:

a) a garantia de que as mensagens chegarão aos seus destinatários.
b) a enorme facilidade com que, nos dias de hoje, se pode ter e usar e-mail.
c) a certeza de que o e-mail grátis é real e está nas mãos de todo brasileiro.
d) a proteção contra o envio e o recebimento de mensagens indesejadas.


QUESTÃO 05 (Descritor: correlacionar, em um texto dado, termos, expressões ou idéias que tenham o mesmo referente)

Assunto: Coerência e coesão no processamento do texto

“É uma excursão, vou conhecer esses castelos aí...”

O termo “esses castelos aí...” é uma referência:

a) aos castelos da Inglaterra.
b) a quaisquer castelos.
c) a castelos não citados no texto.
d) aos castelos de toda a Europa.


QUESTÃO 06 (Descritor: avaliar a função argumentativa de operações como seleção lexical, formas de tratamento e relações de co-referência: hiperonímia, expressões nominais definidas, repetição, sinonímia)

Assunto: Coerência e coesão no processamento do texto

“É uma excursão, vou conhecer esses castelos aí...”

A opção do locutor pelo termo “esses castelos aí...” somente NÃO pode sugerir:

a) pouco caso com relação aos castelos que conhecerá na Inglaterra.
b) desconhecimento de outros atrativos turísticos da Inglaterra.
c) argumentação fraca para uma excursão à Inglaterra.
d) obrigatoriedade de visitar castelos num passeio à Inglaterra.


QUESTÃO 07 (Descritor: analisar o efeito de sentido conseqüente do uso de pontuação expressiva – interrogação, exclamação, reticências, aspas)

Assunto: Coerência e coesão no processamento do texto.

“Prezado Príncipe Charles:
Você não me conhece, meu nome é Luís.
Sabe o que é, eu estou indo pra Inglaterra amanhã.”

Considerando a escrita culta formal, a pontuação CORRETA para a passagem acima é:

a) Prezado Príncipe Charles,
Você não me conhece. Meu nome é Luís.
Sabe o que é? Eu estou indo pra Inglaterra amanhã.
b) Prezado Príncipe Charles.
Você não me conhece, meu nome é Luís.
Sabe o que é... eu estou indo pra Inglaterra amanhã.
c) Prezado Príncipe Charles,
Você não me conhece, meu nome é Luís.
Sabe o que é: eu estou indo pra Inglaterra amanhã.
d) Prezado Príncipe Charles!
Você não me conhece: meu nome é Luís!
Sabe o que é! Eu estou indo pra Inglaterra amanhã!


QUESTÃO 08 (Descritor: avaliar a função argumentativa de operações como seleção lexical, formas de tratamento e relações de co-referência: hiperonímia, expressões nominais definidas, repetição, sinonímia)

Assunto: Coerência e coesão no processamento do texto

A função dos pronomes destacados nas frases abaixo foi CORRETAMENTE explicitada, EXCETO em:

a) “...eu estou indo pra Inglaterra amanhã.”
eu: indica que a ação será praticada pelo próprio locutor da frase.
b) “...vou conhecer esses castelos aí...”
esses: referir-se a objeto que está próximo do interlocutor.
c) “Por isso, seu príncipe, será que o senhor poderia...”
isso: fazer referência a elemento já citado no texto.
d) Por isso, seu príncipe, será que o senhor poderia...”
Seu: indicar o interlocutor como possuidor de algo.



TEXTO 2


(FONTE: GENTE. LISBOA: DOM QUIXOTE, 1991.)


QUESTÃO 09 (Descritor: analisar o efeito de sentido conseqüente do uso de recursos prosódicos: rima, aliteração, onomatopéia...)

Assunto: Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido

A respeito das palavras “CRASH”, “BOOM”, “PAF”, “PUM” e “CLANG” podem-se fazer todas as afirmativas abaixo, EXCETO:

a) não têm sentido claro, como é comum nas pichações.
b) tentam reproduzir ou imitar diversos tipos de ruídos.
c) opõem-se à ordem expressa na placa “SILÊNCIO HOSPITAL”.
d) estão em letras grandes atendendo às intenções do pichador.


QUESTÃO 10 (Descritor: avaliar a força argumentativa com a finalidade do texto ou em função do interlocutor)

Assunto: Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na compreensão do texto

A intenção do texto é:

a) criticar severamente todos aqueles que fazem pichações.
b) advertir seriamente que as leis devem ser cumpridas.
c) demonstrar com ironia que a lei é muito rigorosa.
d) ver com bom humor o desejo de rebeldia do ser humano.



TEXTO 3



A Faculdade Pitágoras está lançando o primeiro curso na área de saúde: Fisioterapia.
Um curso com a metodologia totalmente focada no mercado de trabalho, que une a clássica estrutura de Fisioterapia a um novo conceito de profissional, preparado não apenas para lidar com a saúde, mas com a promoção da qualidade de vida, com seu próprio negócio e com os cenários mundiais da atualidade.

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QUESTÃO 11 (Descritor: relacionar uma informação identificada no texto com outras oferecidas no próprio texto ou em outros textos)

Assunto: Procedimentos de Leitura

Releia, com atenção o slogan do anúncio:

FISIOTERAPIA
AGORA, NA FACULDADE PITÁGORAS


O uso do advérbio “AGORA” só NÃO pode ser relacionado ao fato de:

a) a Faculdade Pitágoras ter um novo curso: Fisioterapia
b) o curso de Fisioterapia só existir na Faculdade Pitágoras.
c) as aulas do curso de Fisioterapia se iniciarem rapidamente.
d) a Faculdade Pitágoras ser uma excelente opção para Fisioterapia.




QUESTÃO 12 (Descritor: depreender de uma informação explícita outra informação implícita no texto)

Assunto: Procedimentos de leitura

A respeito do anúncio, só NÃO podemos deduzir que:

a) o profissional de Fisioterapia é importante para as pessoas que sofreram algum tipo de fratura e precisam de reabilitação.
b) a Faculdade se compromete a formar bons profissionais, em Fisioterapia, e em direção de suas futuras clínicas.
c) fisioterapia é o primeiro curso na área de saúde da Faculdade Pitágoras, mas ela oferece outros cursos em outras áreas.
d) fisioterapia é um curso de grande destaque na sociedade, como demonstram as estrelas desenhadas no gesso.


TEXTO 4

BONS EXERCÍCIOS PARA ERRAR E ACERTAR

Uma escola vai levar seus 885 alunos a uma excursão. Para isso, alugará ônibus em que cabem 50 pessoas. Quantos ônibus serão necessários?






Revista NOVA ESCOLA, mar. 2004, p. 41


QUESTÃO 13 (Descritor: depreender de uma informação explícita outra informação implícita no texto.)

Assunto: Procedimentos de Leitura

Considerando o enunciado do problema e as respostas dadas pode-se afirmar que a resposta CORRETA é a de:

a) Lígia, pois além de ter acertado o cálculo, deu uma resposta coerente com o resultado obtido.
b) Carol, pois acertou o cálculo e se lembrou de que seria preciso mais um ônibus para levar os 35 restantes.
c) Ambas as alunas, pois, mesmo usando estratégias diferentes no cálculo, chegaram a um mesmo valor.
d) Lígia, pois é a única que apresenta, no cálculo feito, uma justificativa para a resposta do problema.




TEXTO 5


EDUCAÇÃO É MINHA ESTRADA

Conjugo o verbo aprender
Vem do talento de ensinar
Não tem dia
Não tem hora
Vem da vontade de doar

Ele tá na minha
Educação
Ele tá ma minha
Professor, muito obrigado!

É o amigo na escola
Muito jeito pra explicar
Que nos livros e na vida
A questão é decifrar
Avançar!

Ele tá na minha
Obrigado!
Ele tá na minha
Professor, muito obrigado!
Educação é minha estrada
Professor, muito obrigado!

O saber é meu tesouro
Dez mil vezes aplicar
Ganho eu
Ganha você
O Brasil vai melhorar!

Ele tá na minha
Obrigado!
Ele tá na minha
Professor, muito obrigado!
Educação é minha estrada
Professor, muito obrigado!



Texto-base de uma campanha do Ministério da Educação em
homenagem ao Dia do Professor / 2004.


QUESTÃO 14 (Descritor: estabelecer, na construção de sentido do texto, articulações entre termos pertencentes a uma família lexical ou de um mesmo campo semântico)

Assunto: Procedimentos de leitura

Todas as passagens abaixo contêm palavras e/ou expressões típicas do ofício de ser professor, EXCETO:

a) “Conjugo o verbo aprender / Vem do talento de ensinar”
b) “Não tem dia / Não tem hora / Vem da vontade de doar”
c) “É o amigo na escola / Muito jeito para explicar”
d) “O saber é meu tesouro / Dez mil vezes aplicar”



QUESTÃO 15 (Descritor: avaliar o efeito de sentido conseqüente do uso de linguagem figurada – metáfora, hipérbole, eufemismo, repetição, gradação)

Assunto: Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido

Todas as passagens abaixo buscam reforçar uma idéia por meio de linguagem figurada, EXCETO:

a) “Conjugo o verbo aprender / Vem do talento de ensinar”
b) “É o amigo na escola / Muito jeito pra explicar”
c) “Que nos livros e na vida / A questão é decifrar / Avançar”
d) “O saber é meu tesouro / Dez mil vezes aplicar”


QUESTÃO 16 (Descritor: relacionar uma informação identificada no texto com outras oferecidas no próprio texto ou em outro texto)

Assunto: Procedimentos de leitura

Assinale a única alternativa que NÃO corresponde à frase “Ele tá na minha”.

a) O professor está na minha educação.
b) O professor está na minha vida.
c) O professor está na minha vontade de doar.
d) O professor está na minha estrada.


QUESTÃO 17 (Descritor: estabelecer relação entre uma tese – global ou local – e os argumentos oferecidos para sustentá-la)

Assunto: Coerência e coesão no processamento do texto

A tese central do texto – a importância do professor – é defendida através de todos os argumentos abaixo, EXCETO:

a) O professor não mede esforços para ensinar.
b) É através do professor que um país pode melhorar.
c) O saber transmitido pelo professor tem aplicação prática.
d) O mistério da vida, só o professor pode decifrá-lo.


TEXTO 6

ENTRE RUELAS, PRIMEIRO ESCALÃO PÕE O PÉ NA LAMA
Lula e ministros encerram dia de visita à miséria na favela Brasília Teimosa, no Recife

JOÃO DOMINGOS – Enviado especial

            RECIFE – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e 29 ministros e secretários encerraram ontem o dia de visita à miséria espremendo-se por ruelas entre os barracos erguidos sobre estacas no leito do mar da Favela Brasília Teimosa, em Recife. Enfiaram o pé na lama, foram aplaudidos, agarrados, cheirados.

          Visitaram habitações que não se sabe como permanecem de pé nem como agüentam o peso de dez moradores, como a casa de Erinalda Silva, desempregada, que foi visitada por Lula e a ele entregou um pacote de cartas com pedidos e sugestões da população. Erinalda também fez uma carta pessoal para Lula. Nela, segundo ela, disse que todos ali convivem com ratos, com o perigo de doenças, com falta de saneamento. Os alimentos que ela e seus companheiros de casa recebem são doados pela comunidade, disse.

          Nesta segunda etapa da visita, Lula não comentou o contato com as pessoas da palafita de Recife. Segundo o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, o presidente estava muito feliz porque, de todos os documentos recebidos, a maioria não pedia emprego ou ajuda financeira. Sugerem, segundo Palocci, que o governo não esmoreça no combate à fome: “Pedem que não abandonemos nossa fé. Que não nos esqueçamos deles. Que tenhamos força para lutar, para melhorar o País.”

O ESTADO DE SÃO PAULO, 11 JAN. 2003.

QUESTÃO 18 (Descritor: localizar informações num texto)

Assunto: Procedimentos de leitura

A passagem que explica o sentido de “palafita” é:

a) “... barracos erguidos sobre estacas fincadas no leito do mar...”
b) “... habitações que não se sabe como permanecem de pé...”
c) “... todos ali convivem com ratos, com o perigo de doenças...”
d) “... habitações que não se sabe como agüentam o peso de dez moradores...”


QUESTÃO 19 (Descritor: relacionar uma informação identificada no texto com outras pressupostas pelo contexto)

Assunto: Procedimentos de leitura

O emprego da palavra “cheirados” deve ser relacionado somente a:

a) denúncia das condições sub-humanas em que vivem os moradores da favela Brasília Teimosa.
b) reforço ao fato de que jamais um presidente da República havia visitado a favela.
c) oposição entre o cheiro que vinha das entranhas de animais marinhos e o cheiro da comitiva.
d) admiração que os moradores de Brasília Teimosa têm pelo presidente Lula e seus ministros.


QUESTÃO 20 (Descritor: associar as características e estratégias de um texto ao gênero – ficcional ou não ficcional – e/ou locutor e interlocutor)

Assunto: Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na compreensão do texto

Assinale a alternativa INCORRETA com relação às estratégias típicas de uma notícia, usadas no Texto 6.

a) Emprego de termos bem chamativos na manchete, como é o caso de “põe o pé na lama”.
b) Transcrição exata do que disse alguém envolvido no fato, como provam as frases entre aspas.
c) Manifestação do ponto de vista pessoal do repórter sobre o fato, como na expressão “visita à miséria”.
d) Referência indireta a algum depoimento, como nas expressões “segundo Palocci” e “segundo ela”.



II) QUESTÕES ABERTAS


TEXTO 7





QUESTÃO 21 (Descritor: avaliar a força argumentativa com a finalidade do texto ou em função do interlocutor)

Assunto: Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na compreensão do texto

Releia, com atenção, a passagem abaixo:

“Para efetuar o pagamento, você pode procurar qualquer banco credenciado ou casas lotéricas com sua conta telefônica em mãos. Caso seja necessário emissão de segunda via ou da conta detalhada, este serviço encontra-se a sua disposição em nosso site www.telemigcelular.com.br ou através do 1404.”

Na passagem transcrita, o locutor usa um forte argumento para realizar sua intenção principal. Que argumento é esse?


QUESTÃO 22 (Descritor: inferir o sentido de uma palavra ou de uma expressão considerando o contexto e/ou universo temático e/ou a estrutura morfológica da palavra – radical, afixos e flexões)

Assunto: Procedimentos de leitura

Reescreva as passagens abaixo, substituindo os termos em destaque por palavras ou expressões equivalentes. Faça as adaptações necessárias:

a) “Alertamos que a falta de registro do pagamento poderá implicar em ...”
b) “... com bloqueio inclusive das chamadas recebidas pelo acesso em questão...”

QUESTÃO 23 (Descritor: avaliar a função argumentativa de operações como seleção lexical, formas de tratamento e relações de co-referência – hiperonímia, expressões nominais definidas, repetição, sinonímia)

Assunto: Coerência e coesão no processamento do texto

Releia, com atenção, a passagem a seguir:

“Suspensão Total do acesso, com bloqueio inclusive das chamadas recebidas pelo acesso em questão, decorridos 15 dias da suspensão parcial acima;”

Qual é a função comunicativa da palavra “inclusive” na passagem acima? Explique bem a sua resposta.


QUESTÃO 24 (Descritor: estabelecer relação entre uma tese-global ou local – e os argumentos oferecidos para sustentá-la)

Assunto: Coerência e coesão no processamento do texto

O texto sugere que há uma explicação para o fato de a conta não ter sido paga. Com base nessa informação, responda:

a) Que explicação é essa?
b) De que maneira a empresa utiliza essa explicação a seu favor?


TEXTO 9

O menino escritor

          Quando eu tinha 10 anos, ao narrar a um amigo uma história que havia lido, inventei para ela um fim diferente, que me parecia muito melhor. Resolvi então escrever as minhas próprias histórias.
          Durante o meu curso de ginásio, fui estimulado pelo fato de ser sempre dos melhores em português e dos piores em matemática – o que, para mim, significava que eu tinha jeito para escritor.
Naquela época os programas de rádio faziam tanto sucesso quanto os de televisão hoje em dia, e uma revista semanal do Rio, especializada em rádio, mantinha um concurso permanente de crônicas sob o título “O que pensam os rádio-ouvintes”. Eu tinha 12, 13 anos, e não pensava grande coisa, mas minha irmã Berenice me animava a concorrer, passando à máquina as minhas crônicas e mandando-as para o concurso. Mandava várias por semana, e era natural que volta e meia uma fosse premiada.
Passei a escrever contos policiais, influenciado pelas minhas leituras do gênero. Meu autor predileto era Edgar Wallace. Pouco depois passaria a viver sob a influência do livro mais sensacional que já li na minha vida, que foi o Winnetou de Karl May, cujas aventuras procurava imitar nos meus escritos.
          A partir dos 14 anos comecei a escrever histórias “mais sérias”, com pretensão literária. Muito me ajudou, neste início de carreira, ter aprendido datilografia na velha máquina Remington do escritório de meu pai. E a mania que passei a ter de estudar gramática e conhecer bem a língua me foi bastante útil.
          Mas nada se pode comparar à ajuda que recebi nesta primeira fase dos escritores de minha terra Guilhermino César, João Etienne Filho e Murilo Rubião – e, um pouco mais tarde, de Marques Rebelo e Mário de Andrade, por ocasião da publicação do meu primeiro livro, aos 18 anos.
          De tudo, o mais precioso à minha formação, todavia, talvez tenha sido a amizade que me ligou desde então e pela vida afora a Hélio Pellegrino, Otto Lara Resende e Paulo Mendes Campos, tendo como inspiração comum o culto à Literatura.

SABINO, Fernando. Para gostar de ler. Vol. 4.


QUESTÃO 25 (Descritor: estabelecer relações sintático-semânticas na progressão temática – temporalidade, causalidade, oposição, comparação)

Assunto: Coerência e coesão no processamento do texto.

Por que razão o autor dá a seu texto o título “O menino escritor” ?


QUESTÃO 26 (Descritor: associar as características e estratégias de um texto ao gênero – ficcional ou não-ficcional – e/ou locutor e interlocutor)

Assunto: Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na compreensão do texto

Releia, com atenção, a passagem a seguir:

“Passei a escrever contos policiais, influenciado pelas minhas leituras do gênero. Meu autor predileto era Edgar Wallace. Pouco depois passaria a viver sob a influência do livro mais sensacional que já li na minha vida, que foi o Winnetou de Karl May, cujas aventuras procurava imitar nos meus escritos.”

Reescreva a passagem transcrita, usando como foco narrativo a 3ª pessoa.


QUESTÃO 27 (Descritor: analisar o efeito de sentido conseqüente do uso de pontuação expressiva – interrogação, exclamação, reticências, aspas)

Assunto: Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido

Releia, com atenção a passagem a seguir:

“A partir dos 14 anos comecei a escrever histórias “mais sérias”, com pretensão literária.”

Com que intenção o autor teria usado a expressão “mais sérias” entre aspas?


QUESTÃO 28 (Descritor: utilizar informações oferecidas por um verbete de dicionário e/ou de enciclopédia na compreensão ou interpretação do texto)

Assunto: Procedimentos de leitura

Leia, com atenção:

“De um modo geral, podem-se relacionar os modos verbais a três atitudes diferentes de quem fala ou escreve: o indicativo mostra uma atitude mais objetiva diante dos fatos e processos, que são apresentados como fenômenos positivos e independentes; o subjuntivo traduz a expressão de conteúdos emocionais (o desejo, a dúvida, a incerteza), impregnando os fatos e processos com a subjetividade de quem fala ou escreve;o imperativo procura impor o processo verbal ao interlocutor, com a intenção de que este aja de acordo com aquilo que o emissor da mensagem pretende.”

CIPRO NETO, Pasquale e INFANTE, Ulisses. Gramática da língua portuguesa.
São Paulo: Scipione, 2003, p. 181

Agora, releia a seguinte passagem do texto:

“De tudo, o mais precioso à minha formação, todavia, talvez tenha sido a amizade que me ligou
desde então e pela vida afora a Hélio Pellegrino, Otto Lara Resende e Paulo Mendes Campos...”

Com base nas informações da gramática e na passagem transcrita, responda:

a) Que forma verbal da passagem está no modo subjuntivo? JUSTIFIQUE.
b) Reescreva a passagem de maneira que todas as formas verbais estejam no modo indicativo. Faça as adaptações necessárias.



QUESTÃO 29 (Descritor: depreender de uma informação explícita uma informação implícita no texto)

Assunto: Procedimentos de leitura

Releia, com atenção, a passagem a seguir:

“E a mania que passei a ter de estudar gramática e conhecer bem a língua me foi bastante útil.”

A passagem transcrita nos permite deduzir a opinião de Fernando Sabino sobre a finalidade de se estudar a gramática. Que opinião é essa?


TEXTO 9

Festa brasileira na rede

O Orkut tomou o Brasil e o Brasil tomou conta do Orkut, o mais popular site de relacionamentos do mundo.


Tânia Nogueira, Maíra Termero e Renata Leal

           Um dia, ao checar seus e-mails, o estudante de Design de Campinas Gabriel Barbosa Souza, de 23 anos, encontrou uma mensagem enviada por sua vizinha, convidando-o a entrar em um site gratuito, um tal de Orkut. Ele resolveu dar uma navegada para ver do que se tratava – um instrumento para formar uma rede social e encontrar amigos, criado em fevereiro por um funcionário do Google, um turco de 29 anos chamado Orkut Buyukkokten, Souza aceitou o convite da vizinha. Preencheu uma espécie de cadastro com seu nome, sua data de aniversário, seus gostos e algumas linhas que definem sua personalidade. Às 3 da tarde, seu “perfil”, como se diz na Internet, ficou disponível para ser acessado pelos demais membros do Orkut. Duas horas depois, Souza recebeu um e-mail de uma amiga dizendo que tinha visto sua foto no Orkut. Perguntava se ele não teria cursado o primário na Escola do Sítio. Tinha. Levou apenas duas horas para que os dois estivessem cara a cara, em um bar.
           Entre uma cerveja e outra surgiu a idéia de reunir a turma perdida no passado.Nas duas semanas seguintes, deu-se a caça aos colegas. As armas usadas: o próprio Orkut, e-mail, ferramentas para conversas em tempo real pela Internet, como o Menssenger e o ICQ, telefone e a mão para bater em portas. Conforme iam sendo localizadas, as pessoas eram convidadas a entrar no Orkut. Nesse ambiente virtual, os velhos amigos formaram uma comunidade, um grupo no qual passaram a trocar mensagens e fotos, aos poucos retomando a intimidade dos tempos de infância. Até que a amizade saltou para fora da tela: em 6 de agosto, 17 ex-alunos da escolinha de Campinas conversavam animadamente em um churrasco na casa de Gabriel Souza, como se nunca tivessem deixado de ser ver.
           Situações como essa estão se repetindo pelo mundo afora e o tal do Orkut aparece em qualquer conversa. Não se fala de outra coisa. A febre tomou o Brasil, e o Brasil tomou conta do Orkut. Os números oficiais revelam que quase metade do 1,2 milhão de usuários é de brasileiros. A realidade deve ser até maior, já que muita gente, ao se cadastrar, declara nacionalidades esdrúxulas, como Iraque e Ilhas Fiji.


ÉPOCA, 16 de agosto de 2004, p. 97-100

QUESTÃO 30 (Descritor: relacionar informações oferecidas por figura, foto, gráfico e/ou tabela com as constantes no corpo de um texto)

Assunto: Procedimentos de leitura

Que informações justificam a informação “o Brasil tomou conta do Orkut”?
QUESTÃO 31 (Descritor: avaliar a função argumentativa de operações como seleção lexical, formas de tratamento e relações de co-referência – hiperonímia, expressões nominais definidas, repetição, sinonímia)

Assunto: Coerência e coesão no processamento do texto

Releia, com atenção, a passagem a seguir:

“1,8% dos 33,6 milhões de internautas do Brasil está cadastrado no site de relacionamentos.”

Se o autor do texto tivesse escrito “está cadastrado em um site de relacionamentos”, o sentido seria o mesmo? Justifique sua resposta.


TEXTO 10

NO SINAL
Ricardo Freire

- Bem-vindo ao Esmola’s Drive-Thru.
- Como?
- Bem-vindo ao Esmola’s Drive-Thru.
- Peraí. Eu passo aqui há 20 anos e até ontem esse lugar era um sinal de trânsito. Semáforo. Farol. Sinaleira.
- Era, mas agora é mais uma franquia do Esmola’s Drive-Thru.Com concessão da prefeitura e tudo. Taqui, ó. Parte da renda é revertida para a Associação Municipal dos Bi-Rodais.
- Cuma?
- Bi-rodais. O pessoal que anda em cadeira de rodas. Politicamente correto, sacumé. Agora, por favor, peça pelo número.
- Não entendi.
- Peça pelo número. Não tá vendo o menu ali no painel ao lado do semáforo? Naquele poste ali? Embaixo do cartaz do candidato a vereador...
- Tô sem óculos.
- Eu ajudo. Número 1, abordagem seca, rápida, objetiva e fim de papo: 1 real. Mas esse não dá mais porque o senhor ficou aí embaçando.
- Sei.
- Número 2, abordagem piedosa com criança no colo e uso das palavras “tio” ou “tia”: 50 centavos.
- Criança branca ou preta?
- A que estiver disponível no momento.
- Claro.
- Número 3, abordagem infantil com caixa de dropes à mão: trerreal para carro importado, dorreal para carro nacional do ano, 1 real para “outros”. Grátis, um dropes.
- Grátis?
- Grátis. O doutor só paga a contribuição social e o dropes vai de brinde.
- Ah, tá.
- E, por último, temos nossa especialidade, o Número 4: abordagem longa, pegajosa, com tentativa de contato físico, uso ostensivo das palavras “tio” ou “tia” e recusa do cliente em colaborar, seguida de um pequeno e quase imperceptível risco na lateral do carro. Nesse caso o senhor não paga nada, mas a cada dez riscos o senhor tem 50% de desconto na nossa oficina de pintura aqui pertinho. É um ótimo negócio.
- Sei.
- Enquanto o senhor pensa, deixa eu começar a atender o cliente aqui do lado...Bem-vindo ao Esmola’s Drive-Thru. Sua parada é muito importante para nós. Por favor aguarde que logo será atendido. Pronto, voltei. E aí? Já decidiu? Olha só, o senhor não pode ficar a tarde inteira empatando o trânsito, não...
- Aceita tíquete?
- Vale-Esmola, ticket-Semáforo, Visa Electron e Maestro. Damos recibo e emitimos nota Fiscal. O senhor também pode comprar um carnê com 20 números 1, ou então tudo sortido. Se preferir, acesse nosso site www.esmolasdrivethru.com.br – cuidado pra não digitar errado -, cadastre-se gratuitamente e concorra a 100 sinais verdes por semana. E daí, bacana? Decidiu?
- Ih, abriu o sinal!
- Como assim?
- Abriu o sinal! Fica pra próxima! Fui!
- Ei, pêra lá. Ladrão! Saiu sem pagar! POLÍCIA! POLÍCIA! POLÍCIA! Saco. É por isso que este país não vai pra frente. Bando de desonestos...

ÉPOCA, 16 de agosto, 2004, p. 122


QUESTÃO 32 (Descritor: reconhecer, em um texto, marcas típicas da modalidade oral)

Assunto: Variação lingüística

Ao longo da crônica são empregadas expressões como “Peraí”, “Taqui”, “Cuma”, “sacumé”, “trerreal”, “dorreal”. Que finalidade elas assumem no texto?


QUESTÃO 33 (Descritor: reconhecer, em um texto, índices que permitam identificar características do interlocutor ou da passagem)

Assunto: Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na compreensão do texto

Redija um pequeno parágrafo, respondendo à seguinte questão: quem são os personagens que dialogam no texto?


QUESTÃO 34 (Descritor: identificar o tema/tópico central de um texto)

Assunto: Procedimentos de leitura

Redija um pequeno parágrafo, respondendo à seguinte questão: qual é o tema central do texto?


QUESTÃO 35 (Descritor: associar as características e estratégias de um texto ao gênero – ficcional ou não-ficcional – e/ou locutor e interlocutor)

Assunto: Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na compreensão do texto

Que fatos do texto podem melhor comprovar que ele pertence ao domínio da ficção?


TEXTO 11

VÁ DE ÔNIBUS
Como atriz, Gisele Bündchen é a maior das modelos. E, como cinema, seu Táxi é um desastre.

           Seria reconfortante poder dizer que Gisele Bündchen, nem que fosse por ser tão linda, escapa ilesa do desastre que é Táxi (Estados Unidos, 2004), em cartaz no país a partir de sexta-feira. Mas não é o caso. No papel de Vanessa, líder de uma gangue de ladras de banco brasileiras (algumas delas com nítido sotaque lusitano) Gisele sacode os famosos cachos, mostra as pernas mais famosas ainda e exibe o famosérrimo decote num biquíni usado, em plena Manhattam, como disfarce. Mas o efeito é tão-somente uma fração daquele que ela obtém na passarela. Que a modelo, que se move como nenhuma outra, passe o filme sentada ao volante de um carro é uma das abundantes provas de que o americano Tim Story não tem habilitação para dirigir este Táxi – na verdade, um veículo para a atriz-cantora Queen Latifah e para o humorista Jimmy Fallon, do programa Saturday Night Live, como uma motorista intrépida e um policial inepto que tentam capturar as brasileiras. O roteiro é pífio, a execução vai do amadorístico ao canhestro. E a pergunta que não quer calar é: onde andava Leonardo DiCaprio na hora de aconselhar a namorada?

Isabela Boscov

VEJA, 3 de novembro. 2004, p. 143





QUESTÃO 36 (Descritor: estabelecer, na construção de sentido do texto, articulações entre termos pertencentes a uma família lexical ou de um mesmo campo semântico)

Assunto: Procedimentos de leitura

Para comentar um filme chamado “Táxi”, a autora da resenha escolheu, de propósito, a manchete “Vá de ônibus”. Esse jogo entre as palavras “táxi” e “ônibus” – que pertencem a um mesmo campo de significados – tem uma intenção bem específica. Que intenção é essa?


QUESTÃO 37 (Descritor: analisar o efeito de sentido conseqüente do uso de linguagem figurada – metáfora, hipérbole, eufemismo, repetição, gradação, etc.)

Assunto: Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido

Releia, com atenção, a passagem a seguir, em que se faz uso de uma comparação.

“Como atriz, Gisele Bündchen é a maior das modelos”

Agora responda:

a) Por que a comparação presente na passagem transcrita parece incoerente?
b) Explique por que essa incoerência, na verdade, não existe.


Para responder às questões 38, 39 e 40, leia atentamente os textos a seguir.


TEXTO 12

MORTE
AO VIVO
Exames cardiológicos indicavam que Serginho não poderia jogar futebol.
E os dirigentes do São Caetano sabiam disso

Anna Paula Buchalla e Karina Pastore

No dia 11 de fevereiro deste ano, os jogadores do São Caetano foram submetidos a uma série de exames de rotina no Instituto do Coração (Incor), de São Paulo. Durante a realização de um ecocardiograma, detectou-se que o coração do zagueiro Paulo Sérgio de Oliveira Silva, o Serginho, apresentava uma arritmia – anormalidade na freqüência cardíaca. No dia seguinte, ele voltou ao hospital para uma investigação mais detalhada e passou por uma cintilografia. Em 19 de fevereiro saiu o resultado: “O estudo evidencia hipomotilidade difusa discreta do ventrículo esquerdo”, lê-se no laudo de número 12.000-00. Ou seja, o coração do atleta não funcionava bem – batia num ritmo desordenado e tinha dificuldade para bombear sangue para o resto do corpo. Novos testes foram feitos no Incor e um cateterismo, de 29 de junho, confirmou: apesar de nenhuma artéria estar comprometida, o coração do jogador estava dilatado e com suas funções comprometidas. De acordo com as diretrizes médicas internacionais, uma pessoa nessas condições deve ser proibida de praticar exercícios físicos extenuantes. Isso significa, portanto, que Serginho não poderia jogar futebol. Mas, com a anuência dos dirigentes do São Caetano, ele continuou a jogar. Às 21h49 de quarta-feira passada, aos 13 minutos e 49 segundos do segundo tempo do jogo do São Caetano contra o São Paulo, Serginho caiu fulminado por um ataque cardíaco no gramado do Estádio do Morumbi. Menos de uma hora depois, o jogador, de 30 anos, foi oficialmente dado como morto.

VEJA, 3 de novembro. 2204. p. 90.



TEXTO 13

TRISTE ESPETÁCULO
A morte do jogador Serginho comove o país e reacende a discussão
sobre a qualidade da emergência nos estádios

           A morte do zagueiro Serginho, do São Caetano, na quarta-feira, 27, comoveu o País. Paulo Sérgio Oliveira da Silva, 30 anos, desabou em campo, no estádio do Morumbi (SP), no jogo contra o São Paulo pelo Campeonato Brasileiro. Do instante em que caiu até o momento em que o falecimento foi anunciado (no Hospital São Luiz, para onde o atleta foi levado), as histórias se multiplicaram. Desde a de que o jogador sofria de um mal cardíaco grave e assinara um termo de responsabilidade para continuar atuando até a de que o atendimento dado ao rapaz não fora eficaz.
           Serginho teve uma parada cardiorrespiratória. É um caso de morte súbita (quando uma pessoa falece em até 24 horas após a parada). Na maioria das vezes, o evento se inicia com uma alteração nos batimentos. Acelerado, o coração não distribui o sangue como deveria e pára. Entre as causas do problema estão o infarto e a insuficiência cardíaca.Para evitar a morte, existem técnicas de ressuscitação. Entre elas estão a respiração boba a boca e a massagem cardíaca. Foi o que os médicos fizeram em campo. Especialistas em emergência, porém, sustentam que o auxílio foi mal executado. “A remoção piorou a qualidade da massagem e fez perder tempo”, afirma Agnaldo Píspico, da Sociedade de Cardiologia de São Paulo.
           Até o zagueiro receber os choques dados pelo desfibrilador, já dentro da ambulância, teriam se passado cerca de três minutos. Esse aparelho indica se há descompasso nos batimentos e tenta corrigi-los por meio de descargas elétricas. Mas é preciso que seja usado o mais rapidamente possível. “Quem recebe o atendimento nos primeiros quatro minutos tem 80% de chances de sobreviver. O atendimento deve ser dado no local”, explica Antônio Mansur, do Instituto do Coração. O médico Dino Altmann, do São Luiz, rebateu. “É melhor desfibrilar o paciente em um lugar adequado”, disse. As condições cardíacas de Serginho também geraram discussão. Na manhã seguinte a sua morte, houve muita boataria sobre a existência de problemas cardíacos. Até que sua mulher, Elaine, confirmou que o zagueiro sofria de arritmia, outro fator de risco de parada cardiorrespiratória.
           Mortes de atletas como Serginho assustam. Acredita-se que um desportista esteja cercado de cuidados médicos. Não é bem assim. Durante 25 anos, médicos do Hospital do Coração e do Instituto Dante Pazzanese (SP) examinaram quatro mil atletas de diversas modalidades. Os testes mostraram que 8% dos que tinham menos de 35 anos apresentaram problemas cardíacos que necessitaram de tratamento. “Deve-se exigir a realização de exames cardiológicos nos atletas. Caso contrário, corre-se o risco de uma nova tragédia”, afirma o cardiologista Nabil Ghorayeb.
           O drama de Serginho suscita temores entre os domingueiros da bola. Os médicos orientam que os “atletas” de fim de semana (qualquer que seja a prática) ajam com bom senso. “Se a pessoa já teve dor de cabeça violenta e repentina, convulsão, se tem pressão alta, sobrepeso ou a popular batedeira no peito, deve procurar um médico antes de iniciar uma atividade intensa. Se o sujeito nunca faz nada, melhor esquecer a pelada no dia do churrasco”, diz Paulo Zogaib, especialista em medicina esportiva. O cardiologista Ricardo Kortas, do Hospital Beneficência Portuguesa (SP), também recomenda que o praticante de esportes como futebol e tênis se submeta periodicamente a um teste ergométrico de esforço. “É preciso prestar atenção se o resultado aponta indício de arritmia ou entupimento das coronárias”, afirma. Se isso ocorrer, antes de calçar as chuteiras o ideal é procurar um médico.

ISTOÉ, 1830, 3 de novembro. 2004, p. 70-71


QUESTÃO 38 (Descritor: comparar o tratamento da informação em duas notícias sobre o mesmo fato)

Assunto: Relação entre textos

Apesar de noticiarem um mesmo fato, os dois textos apresentam uma diferença básica. Sobre a causa da morte de Serginho, VEJA dá certezas, ISTOÉ apresenta hipóteses.

Com base nessas afirmações, redija um pequeno parágrafo, comprovando essa diferença.




QUESTÃO 39 (Descritor: estabelecer relações sintático-semânticas na progressão temática – temporalidade, causalidade, oposição, comparação)

Assunto: Coerência e coesão no processamento do texto

Por que, de acordo com o texto de ISTOÉ, a morte de Serginho “reacende a discussão sobre a qualidade da emergência nos estádios”?


QUESTÃO 40 (Descritor: relacionar assunto e finalidade com o tipo de texto)

Assunto: Procedimentos de leitura.

Além de notificar a morte do jogador Serginho e abrir a discussão sobre a qualidade da emergência nos estádios, o texto de ISTOÉ ganha uma outra importante função em seu parágrafo final. Que função é essa?

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